quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A arte dos povos primitivos e indígenas


A arte dos povos primitivos e indígenas 

Vimos no nosso primeiro D.T.A o conceito de Arte. O dicionário Webster traz a arte como:
A disposição ou modificação de coisas por habilidade humana, para responder ao propósito pretendido. Um sistema de regras que sirva para facilitar o desempenho de determinadas acções;  Habilidade, destreza, ou o poder de executar determinadas ações, adquiridas pela experiência, estudo ou observação.

Entendemos que Arte (do latim ars) é o conceito que engloba todas as criações realizadas pelo ser humano para expressar uma visão/abordagem sensível do mundo, seja este real ou fruto da imaginação. Através de recursos plásticos, linguísticos ou sonoros, a arte permite expressar ideias, emoções, percepções e sensações.
A história indica que, para o homem, a arte teve em seu início uma função ritual e mágico-religiosa, que foi sofrendo alterações ao longo do tempo.
Em nosso segundo D.T.A conhecemos a palavra ritual: culto religioso; cerimônia, liturgia.  O dicionário Webster traz:
 A maneira de realizar o serviço divino ou solene estabelecido por lei, preceito ou costume; Acto formal de religião, ou outro dever solene. Os ritos dos israelitas eram numerosos e caros; Os ritos das igrejas modernas são mais simples. Funeral ritos são muito diferentes em diferentes países. O sacramento é um rito sagrado.

O ritual pode então ser entendido como uma forma de dramatizar, representar artisticamente uma ação de cunho religioso. Vamos então entender essa relação da arte com o religioso, da arte com os chamados rituais. Ao estudar a Arte da pré-história vimos um pouco essa questão, mas veremos também na arte dos indígenas, dos egípcios e outras. Não vamos esquecer que a Bíblia também mostra essa relação da arte com os rituais.
O livro de Levítico registra vários tipos de rituais que os sacerdotes e os ofertantes praticavam na Antiga Aliança. Diz o Novo Testamento que esses rituais eram sombras, símbolos do mundo espiritual e de coisas que estavam para vir (Colossenses 2.17; Hebreus 8.5). Isto é: eles dramatizavam realidades espirituais.  Não bastavam aos homens e mulheres da Antiga Aliança pedir verbalmente perdão a Deus por seus pecados ainda que com sinceridade. Esse pedido de perdão e aceitação era dramatizado através dos sacrifícios e da mediação sacerdotal que eram símbolos de realidades espirituais bem como de acontecimentos vindouros. Por exemplo, segundo estudiosos, a oferta pacífica movida perante o Senhor (Levítico 7.29-34) tinha o seguinte ritual: a porção do sacrifício destinada ao sacerdote era primeiramente colocada nas mãos do ofertante. Então o sacerdote colocava suas mãos embaixo das mãos do ofertante e as movia com a oferta para frente e para trás e para cima e para baixo. O que foi feito? Um sinal de cruz. À luz do Novo Testamento, esse rito representava ou dramatizava o vindouro sacrifício de Cristo.

 Arão e seus filhos sendo consagrados

Levítico 1-7: o Senhor dá instruções aos israelitas quanto à realização de ofertas. Jesus, foi a maior oferta de amor 

Com o tempo os humanos começam a desenvolver suas crenças e filosofias bem como sua tecnologia e arte. Sem a revelação do Deus bíblico ou dela prescindindo, os homens elaboram mitos, sagas cósmicas politeístas, que visavam explicar a origem, a manutenção e o sentido da vida e passam a dramatizar esses mitos inicialmente através das danças miméticas, isto é, compostas por mímica e música. Em civilizações mais desenvolvidas, como a egípcia e as mesopotâmicas, os pequenos ritos tornaram-se grandes rituais formalizados. Esses rituais propagavam as tradições e serviam como entretenimento.

Dança em ritual na pré-história

Dança em ritual egipcio

Vamos então conhecer um pouco sobre essa artes primitivas, a começar pela Arte Indígena Brasileira.

Arte Indígena Brasileira

Boa parte das produções indígenas no Brasil são consideradas pré-históricas por serem bem antigas. Mas é melhor classifica-las simplesmente como Arte Primitiva.
Milhares de anos se passaram até que novas civilizações bem desenvolvidas e bem estruturadas se formassem. Algumas delas se estabeleceram na América Central (ou Mesoamérica) e na América do Sul muito antes da chegada do colonizador espanhol Cristóvão Colombo aparecer por aqui. Por isso essas civilizações são chamadas de Pré-Colombianas.
Mas antes de falarmos sobre esses povos, preste atenção: No Brasil as civilizações desse período recebem outro nome. Nosso colonizador não foi Colombo e sim Pedro Álvares Cabral. Então, a arte produzida por índios que habitavam o Brasil naquela época recebe o nome de Pré-Cabralina. 

De toda a  arte pré-cabraliana a mais antiga é a Arte Marajoara, com destaque para os  vasos de cerâmica esculpidos detalhadamente em alto e baixo relevo.  Recebe esse nome porque foi  produzida por índios que habitaram a Ilha de Marajó, no Pará. Acredita-se que essa arte foi trazida por artistas oriundos dos Andes há cerca de dois mil an os. É conhecida internacionalmente e é produzida até hoje naquela região. 
Antes da chegada dos portugueses havia cerca de 25 milhões de nativos em solo brasileiro. Atualmente o Brasil tem quase 900 mil índios de 305 etnias e 274 idiomas (IBGE-2012). As comunidades atuais lutam para preservar a herança de seus antepassados. Hábeis artesãos, os índios produzem diversos tipos de artefatos para atender suas necessidades cotidianas e ritualísticas, e também servem como geradores de recursos financeiros complementares.  Suas artes podem ser vistas em:
Cestarias: A técnica do trançado da palha forma belos cestos, bolsas e esteiras.

Cerâmica: O domínio do uso da argila, que produz a cerâmica, resulta em panelas, esculturas, vaso s e urnas

Madeira: Entalham a madeira da qual nascem armas, máscaras, esculturas e até instrumentos musicais ( como o yurupari, na imagem abaixo)

 Arte plumária: Utilizam plumas, penas ossos, sementes, conchas e materiais diversos como adornos. Rica em cores e formas, é símbolo de hierarquia dentro da tribo. Vale ressaltar que a cultura indígena respeita o meio ambiente e só usa o material que não degrada a fauna local
.
Pintura Corporal: Cada etnia cria sua própria marca e, normalmente, esses desenhos são feitos a partir de formas abstratas. São usadas em rituais diversos como casamentos, rituais espirituais, etc. A cor vermelha é feita a partir de sementes de urucum, enquanto o preto é feito de carvão misturado a pau-de-leite, espécie de seiva comum na região
      




Musica e dança: Apresentam expressividade e sua prática ocorre nos ritos da puberdade, cerimônias espirituais e de guerra, bem como ocasiões de plantio e da colheita.  


Cantos e danças ritualísticos envolvem oferendas aos deuses. Os mitos, lendas e tradição oral são preservados em cerimônias promovidas com a participação de toda a comunidade.

Os instrumentos musicais são feitos de madeira e ossos de animais, são: toró (flauta de taquara), boré (flauta de osso), o mimbi (buzina) e o uaí (tambor de pele e de madeira).



A música nativa sofre alterações com a chegada dos jesuítas ao Brasil, a partir do século XVI, pois começaram a introduzir instrumentos e estilos musicais.  Hoje, a música indígena é muito rica, peculiar e distinta de qualquer outro gênero musical.


Bibliografia:
Araujo, Joalsemar. O “Teatro” na Bíblia. 
<http://www.projetovidanova.com.br/noticias/2009/teatro.php>
Dresser, Andrea. Arte e educação.
http://arteeducacaodf.blogspot.com.br/search?q=pre+cabralina
Dicionários:
http://conceito.de/arte#ixzz4fGrxoIAY
http://webstersdictionary1828.com



Nenhum comentário:

Postar um comentário