A arte dos povos primitivos e indígenas
Vimos no nosso primeiro D.T.A o
conceito de Arte. O dicionário
Webster traz a arte como:
A disposição ou modificação de
coisas por habilidade humana, para responder ao propósito pretendido. Um
sistema de regras que sirva para facilitar o desempenho de determinadas
acções; Habilidade, destreza, ou o poder
de executar determinadas ações, adquiridas pela experiência, estudo ou
observação.
Entendemos que Arte (do latim ars) é o conceito que engloba todas as criações
realizadas pelo ser humano para expressar uma visão/abordagem sensível do
mundo, seja este real ou fruto da imaginação. Através de recursos plásticos,
linguísticos ou sonoros, a arte permite expressar ideias, emoções, percepções e
sensações.
A história indica que, para o homem, a
arte teve em seu início uma função
ritual e mágico-religiosa, que foi sofrendo alterações ao longo do tempo.
Em nosso segundo D.T.A conhecemos a palavra ritual: culto religioso; cerimônia,
liturgia. O dicionário Webster traz:
A maneira de realizar o serviço divino ou
solene estabelecido por lei, preceito ou costume; Acto formal de religião, ou
outro dever solene. Os ritos dos israelitas eram numerosos e caros; Os ritos
das igrejas modernas são mais simples. Funeral ritos são muito diferentes em
diferentes países. O sacramento é um rito sagrado.
O ritual pode então ser
entendido como uma forma de dramatizar, representar artisticamente uma ação de
cunho religioso. Vamos
então entender essa relação da arte com o religioso, da arte com os chamados
rituais. Ao estudar a Arte da pré-história vimos um pouco essa questão, mas
veremos também na arte dos indígenas, dos egípcios e outras. Não vamos esquecer
que a Bíblia também mostra essa relação da arte com os rituais.
O livro de Levítico registra vários tipos de rituais que
os sacerdotes e os ofertantes praticavam na Antiga Aliança. Diz o Novo
Testamento que esses rituais eram sombras, símbolos do mundo espiritual e de
coisas que estavam para vir (Colossenses 2.17; Hebreus 8.5). Isto é: eles
dramatizavam realidades espirituais. Não
bastavam aos homens e mulheres da Antiga Aliança pedir verbalmente perdão a
Deus por seus pecados ainda que com sinceridade. Esse pedido de perdão e
aceitação era dramatizado através dos sacrifícios e da mediação sacerdotal que
eram símbolos de realidades espirituais bem como de acontecimentos vindouros.
Por exemplo, segundo estudiosos, a oferta pacífica movida perante o Senhor
(Levítico 7.29-34) tinha o seguinte ritual: a porção do sacrifício destinada ao
sacerdote era primeiramente colocada nas mãos do ofertante. Então o sacerdote
colocava suas mãos embaixo das mãos do ofertante e as movia com a oferta para
frente e para trás e para cima e para baixo. O que foi feito? Um sinal de cruz.
À luz do Novo Testamento, esse rito representava ou dramatizava o vindouro
sacrifício de Cristo.
Arão e seus filhos sendo consagrados
Levítico 1-7: o Senhor dá instruções aos israelitas quanto à realização de ofertas. Jesus, foi a maior oferta de amor
Com
o tempo os humanos começam a desenvolver suas crenças e filosofias bem como sua
tecnologia e arte. Sem a revelação do Deus bíblico ou dela prescindindo, os
homens elaboram mitos, sagas cósmicas politeístas, que visavam explicar a
origem, a manutenção e o sentido da vida e passam a dramatizar esses mitos
inicialmente através das danças miméticas, isto é, compostas por mímica e
música. Em civilizações mais desenvolvidas, como a egípcia e as mesopotâmicas,
os pequenos ritos tornaram-se grandes rituais formalizados. Esses rituais
propagavam as tradições e serviam como entretenimento.
Dança em ritual na pré-história
Dança em ritual egipcio
Vamos então conhecer um pouco sobre essa artes primitivas, a
começar pela Arte Indígena Brasileira.
Arte Indígena Brasileira
Boa parte das produções indígenas no Brasil são consideradas
pré-históricas por serem bem antigas. Mas é melhor classifica-las
simplesmente como Arte Primitiva.
Milhares de anos se passaram até que novas civilizações bem
desenvolvidas e bem estruturadas se formassem. Algumas delas se
estabeleceram na América Central (ou Mesoamérica) e na América do Sul muito
antes da chegada do colonizador espanhol Cristóvão Colombo aparecer por
aqui. Por isso essas civilizações são chamadas de Pré-Colombianas.
Mas antes de falarmos sobre esses povos, preste atenção: No
Brasil as civilizações desse período recebem outro nome. Nosso colonizador não
foi Colombo e sim Pedro Álvares Cabral. Então, a arte produzida por índios que
habitavam o Brasil naquela época recebe o nome de Pré-Cabralina.
De toda a arte
pré-cabraliana a mais antiga é a Arte Marajoara, com destaque para os vasos de cerâmica esculpidos detalhadamente
em alto e baixo relevo. Recebe esse nome
porque foi produzida por índios que
habitaram a Ilha de Marajó, no Pará. Acredita-se que essa arte foi trazida por
artistas oriundos dos Andes há cerca de dois mil an os. É conhecida
internacionalmente e é produzida até hoje naquela região.
Antes da chegada dos portugueses havia cerca de 25
milhões de nativos em solo brasileiro. Atualmente o Brasil tem quase 900 mil
índios de 305 etnias e 274 idiomas (IBGE-2012). As comunidades atuais lutam
para preservar a herança de seus antepassados. Hábeis artesãos, os índios produzem
diversos tipos de artefatos para atender suas necessidades cotidianas e
ritualísticas, e também servem como geradores de recursos financeiros
complementares. Suas artes podem ser
vistas em:
Cestarias: A técnica do trançado da palha forma belos
cestos, bolsas e esteiras.
Cerâmica: O domínio do uso da argila, que produz a
cerâmica, resulta em panelas, esculturas, vaso s e urnas
Madeira: Entalham a madeira da qual nascem armas,
máscaras, esculturas e até instrumentos musicais ( como o yurupari, na imagem
abaixo)
Arte plumária: Utilizam plumas, penas ossos,
sementes, conchas e materiais diversos como adornos. Rica em cores e formas, é
símbolo de hierarquia dentro da tribo. Vale ressaltar que a cultura indígena
respeita o meio ambiente e só usa o material que não degrada a fauna local
.
Pintura Corporal: Cada etnia cria sua própria marca
e, normalmente, esses desenhos são feitos a partir de formas abstratas. São
usadas em rituais diversos como casamentos, rituais espirituais, etc. A cor
vermelha é feita a partir de sementes de urucum, enquanto o preto é feito de
carvão misturado a pau-de-leite, espécie de seiva comum na região
Musica e dança: Apresentam expressividade e sua
prática ocorre nos ritos da puberdade, cerimônias espirituais e de guerra, bem
como ocasiões de plantio e da colheita.
Cantos e danças ritualísticos envolvem oferendas aos deuses. Os mitos,
lendas e tradição oral são preservados em cerimônias promovidas com a participação de toda a
comunidade.
Os instrumentos musicais são feitos de madeira e
ossos de animais, são: toró (flauta de taquara), boré (flauta de osso), o mimbi
(buzina) e o uaí (tambor de pele e de madeira).
A música nativa sofre alterações com a chegada dos
jesuítas ao Brasil, a partir do século XVI, pois começaram a introduzir
instrumentos e estilos musicais. Hoje, a
música indígena é muito rica, peculiar e distinta de qualquer outro gênero
musical.
Bibliografia:
Araujo, Joalsemar. O “Teatro” na Bíblia.
<http://www.projetovidanova.com.br/noticias/2009/teatro.php>
Dresser, Andrea. Arte e educação.
http://arteeducacaodf.blogspot.com.br/search?q=pre+cabralina
Dicionários:
http://conceito.de/arte#ixzz4fGrxoIAY
http://webstersdictionary1828.com