segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Teatro Medieval e a literatura de Cordel


TEATRO NA IDADE MÉDIA
 E a literatura de Cordel


No tempo da perseguição aos cristãos, sob Nero e Domitianus, a fé cristã era ridicularizada, e os cristãos, eram uma das principais atrações e vítimas do Teatro Romano. A igreja católica, com a ascensão da religião cristã na Europa, proíbe a existência dos mimos, justamente por estes satirizarem-na em seus cultos.


                        Com o crescimento das cidades, do comércio e do fortalecimento da burguesia  a própria igreja encarou o teatro como uma ferramenta de ligação entre o homem e Deus. Por meio do teatro, homens do clero encenavam as passagens bíblicas. As primeiras apresentações eram dramas litúrgicos, cantos de louvor, quase sempre no interior da igreja.  
Os dramas litúrgicos eram representados após a missa, nos dias das grandes festividades, tendo como tema principal as cenas do Natal, da Paixão ou da Ressurreição de Cristo. Estas representações estavam originalmente a cargo dos padres e monges.
A partir do século XII as autoridades católicas, com medo da perda do caráter sagrado da missa, proibiram as exibições e as peças foram para as praças públicas, ao ar livre. Assim, novos gêneros surgiram.

GÊNEROS TEATRAIS MEDIEVAIS

1.Teatro de Mistérios - (do latim ministerium = ministrar): episódios da vida do Cristo e dos santos. Focavam também em temas bíblicos que iam desde Criação do mundo ao juízo final, e propiciavam espetáculos grandiosos com elencos gigantescos que chegavam a centenas de participantes.  A princípio a representação tinha lugar em carroções que cada qual com uma cena bíblica deslocavam-se lentamente um atrás do outro formando uma espécie de palco sucessivo. Mas tarde surgiu o palco simultâneo, com vários episódios desenrolando ao mesmo tempo numa sequência de cenários armados em diversos estrados.
Uma elevação na borda direita do palco, simbolizava o Paraiso; no extremo oposto uma abertura com aparência  de boca de dragão representava o inferno. Entre as duas pontas, uma serie de portas indicava a cidade e seus edifícios. O espetáculo era patrocinado pelas diferentes guildas ou associações de trabalhadores especializados, cada uma das queria arcava com a parte que tinha a ver com sua atividade. Os padeiros por exemplo, custea vam a cena da Última Ceia, que envolve a consagração do pão.



2.Teatro dos Milagres – giravam em torno da vida de santos e santas e suas intervenções milagrosas.
3.Teatro das Moralidades - Nas moralidades em vez de utilizar as personagens da Bíblia, serviam-se de figuras que personificavam defeitos, virtudes, acontecimentos e ações. Eram personagens alegóricas como, por exemplo, a Luxúria, a Avareza, a Guerra, o Trabalho, o Tempo, o Comércio, ou a Esperança.
4.Autos: relacionados ao natal, à paixão e à ressurreição de Cristo. Apresentado sob carroças, misturava farsas e danças




  

Fim do teatro medieval: o teatro “profano”
Quando o teatro começa a sair da igreja é acolhido pelas cidades sofrendo adaptações. Associações de artistas (guildas) passam a patrocinar os atores, os autores, as peças, etc. Assim o teatro perde ligação com a igreja e se torna mais cômico ao ponto de humanizar o diabo. A função do teatro deixa de ser educativa para ser mero entretenimento.
  

RELACIONANDO....

Além de interpretes amadores, como membros do clero e da população local, o elenco do Mistérios, incluía artistas professionais, como os MENESTRÉIS, que se encarregava de tocar diversos instrumentos, cantar e declamar.

Inspirada nos menestréis medievais, a Literatura de Cordel que hoje conhecemos foi trazida na bagagem pelos portugueses e se instalou especialmente na região Nordeste brasileira.  Trata-se de um folheto simples impresso em papel barato à venda em feiras, bancas de jornais ou mercados populares. Mas, apesar de "simples" esse pequeno folheto  expressa ricamente nossa cultura popular brasileira.
O nome "cordel" vem da maneira como os folhetos eram  expostos antigamente: pendurados em cordas.


A xilogravura no Cordel

As ilustrações da capa de cordel , geralmente são feitas na técnica da xilogravura.  Só pra relembrarmos, a xilogravura é uma técnica de reprodução de imagens e textos que utiliza uma chapa de madeira como matriz.  Essa matriz então é talhada e, feito os altos e baixos relevos, passa-se a tinta a depois a impressão num papel. 



Um dos mais conhecidos xilogravurista, e também cordelista, brasileiro é J. Borges. Suas gravuras retratam cenas do folclore brasileiro, personagens comuns, personagens fantásticos, personagens históricos e heróis nordestinos.  
    



Questões de revisão:

1.      Como era visto os cristãos no teatro do império Romano?
2.      O que eram os dramas litúrgicos?
3.      O que é era um teatro de Mistérios? Como ele era apresentado?
4.      Quem eram os patrocinadores do teatro? Explique.
5.      Caracterize: teatro de milagres, moralidades e autos.
6.      Relacione o teatro medieval com a literatura de cordel.
7.      Quem eram os menestréis medievais?
8.      Como se faz uma xilogravura?
9.      Qual o tema principal das obras de J. Borges?

Referencias:

Feist, Hildegard. Pequena Viagem Pelo Mundo do Teatro, 2005. Ed Moderna.



Trabalho de Arte: Isopogravura 

Baseado no tema da Reforma Prtestante os alunos do 7° Ano criaram as suas xilogravuras para a capa de um livrinho de cordel. 
Para este trabalho utilizamos uma bandeja de isopor, lápis, rolinho e tinta guache preta. 
Veja o resultado!
















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